segunda-feira, junho 30, 2003

VGM E 'O MEU PIPI'

Bendito boato que nos deu aquelas «décimas de refutação». No Abrupto, pois claro.
SBL
A UM DEUS DESCONHECIDO

Depois de tanta traulitada, penso que importa (re)descobrir a carreira literária de PRD. Aqui se apresentam as suas obras (via webboom):

Noites em Branco (1999, Oficina do Livro)

Este seu 1º livro revela as várias facetas do jornalista: o profissional que pensa sobre o trabalho da sua classe, o homem comum que conta as histórias comuns dos nossos dias, o trintão que não esconde os dramas, as alegrias e as nostalgias...(sinopse do site Webboom)

Sozinho em Casa (2002, Oficina do Livro)

Na capa lê-se Diário Intimo (sic). Afinal havia um blog...

1001 Ideias Para as Suas Mensagens Escritas (2003, Oficina do Livro)

Para quando uma versão blog, 2002 ideias e frases-feitas para os seus posts???

Pois é, o caro PRD extravaza as suas funções de editor do DNA, é também um insomne short-messager fã dos filmes do Macaulay Culkin...

RRP

sábado, junho 28, 2003

O FIM DA INOCÊNCIA

O senhor Toto, al fine.


RRP/RBL
CQ

CQ. CQ? CQ, o quê?
Romano Copolia ha hecho una pelicula (ayer mismo ha estrenado) biografica sobre la vida y la obra del nuevo entrenador merengue. El niño Copolia no confirma pero en los mentideros se habla que el personage de Gerardo Depardió (el gordito más cachondo de Francia) es la cara del profesore Quierósi.

RBL
ONTEM FOI UM DIA FELIZ

À sexta há João Bénard da Costa (no Público). E ontem consegui lê-lo com a tranquilidade que ele merece (e que eu nem sempre possuo). Foi por isso um dia feliz (Winnie dixit).

SBL
JUST A SIMPLE QUESTION

A Joana, que no outro dia fez seis anos, perguntou-me se eu gostava de ser adulta.

SBL

sexta-feira, junho 27, 2003

Pensamento Blog do Dia

"O objectivo principal da eloquência é evitar que os outros falem"
Louis Vermeil

RRP
BLOGS?

Autores, a cena acaba
com um dogma de teatro:
No princípio era a máscara.

António Machado, "Provérbios e Cantares"
In Poesia do Século XX. De Thomas Hardy a C.V. Cattaneo (Tradução e Organização de Jorge de Sena, Fora do Texto, 1994)

RRP

quinta-feira, junho 26, 2003

'TITO ANDRÓNICO'

Ontem, durante as três horas e meia que durou Tito Andrónico (em cena no Teatro Nacional Dona Maria II), percebi que já não há tragédias assim. Só isso pode justificar os risos que se ouviam na sala enquanto em palco decorria a chacina.

SBL

PS: Ah, e também eu (calma, só às vezes) gostaria de cortar a língua a muita gente...
SOBRE 'CINEMA PARAÍSO'

Não é - não pode ser - um filme sobre o fim do cinema.

SBL
O menino Toto em Cinema Paraíso de Giuseppe Tornatore

RBL
QUEM QUER UMA TV?

Disse o ministro Morais Sarmento (há pouco no canal 1 da RTP) que pretendia entregar o canal 2 «às pessoas». Pergunto: mas alguém o quer? Não consta que alguém o tenha pedido.

SBL
WHERE TO FILE THE EUROPEAN CONSTITUTION?

No two lists of the main constituents of European civilization would ever coincide. But many items have always featured prominently: from the roots of the Christian world in Greece, Rome, and Judaism to modern phenomena such as the Enlightenment, modernization, romanticism, nationalism, liberalism, imperialism, totalitarianism.
In Norman Davies, Europe. A History (Pimlico, 1997)

SBL

quarta-feira, junho 25, 2003

Ideias para um filme sobre o Portugal Pós-Moderno

Inicio: 3'21''

Local: Hipermercado
Câmara: Fixa num carrinho de compras
Movimento: Travelling nos corredores dos congelados, charcutaria, talho e peixaria
Música: Nos altifalantes dos corredores houve-se A Internacional em versão Pan Pipes ou Richard Clayderman

RRP
2046

2046 afinal já começou... ou melhor In the Mood for Love ainda nem
sequer
acabou...
provavelmente In the Mood for Love nem sequer irá terminar.
2046 é(?) um filme de ficção científica (?) - se isso nos disser alguma
coisa
2046 não é uma data de um qualquer próximo ano onde os carros já não
existem
e onde os blogs darão emprego aos jovens licenciados
2046 não é o título de uma sequela interminável de um qualquer saga de
ficção científica
2046 é um número
2046 é um número de um quarto de hotel
2046 é o número do quarto onde Maggie Cheung e Tony Leung escreviam
histórias, essas sim de ficção, em In the Mood for Love
2046 é provavelmente o melhor número do mundo...
...pelo menos enquanto estamos "à espera de 2046" ou a ver In the Mood
for
Love


RBL

terça-feira, junho 24, 2003

Blog Tactics

de um Manual de Blogging encontrado na Biblioteca

Auto-Citação por Procuração (Self-Quotation by Proxy - trad.livre)

Forma de auto-citação em que o autor atribui as suas próprias palavras a outro, geralmente um autor/autora consagrado de maneira a que as suas próprias ideias sejam consideradas válidas e prementes, evitando análises que se baseiem em factores não directamente relacionados com a questão ("Quem é este tipo para fazer considerações?","Quantos livros já escreveu para falar de Literatura?","É muito fácil falar de fora, já foste treinador do Real, já?")

Vantagens:
- Aumento do Peso Específico do Post
- Aumento de Visibilidade do Post, e por conseguinte, do blog
Desvantagens:
- Possibilidade de incongruência ("Já dizia o X que Y não valia nada" - X morreu sem ter conhecido Y)
- Desafio ("O senhor diz que X disse Y, mas tenho presente que X defendia exactamente o contrário...")


RRP
À espera de 2046

Fotograma de Maggie Cheung em In the Mood for Love de Wong Kar-Way
In the Mood for Love
RBL

segunda-feira, junho 23, 2003

POSTAL DE VENEZA

Há muitas e muitas luas, um dólar eram 870 liras e eu era um homem de trinta e dois anos. Também o mundo era mais leve, dois biliões de almas mais leve, e o bar da stazione a que eu chegara nessa fria noite de Dezembro estava vazio. Fiquei ali parado, à espera da única pessoa que conhecia na cidade. Ela chegou bastante atrasada.

Marca de Água, de Joseph Brodsky
(Tradução de Ana Luísa Faria, Publicações Dom Quixote, 1993)

RRP/SBL
O Portugal que não mudou

"I could have been a contender"

Marlon Brando, em Há Lodo no Cais de Elia Kazan

Fotograma de Belarmino Fragoso no Rossio em Belarmino de Fernando Lopes


RBL

domingo, junho 22, 2003

REVISTA DE IMPRENSA

«Sou adversário desta Constituição, mas, apesar disso, votarei certamente a favor, pois, caso contrário, corro o risco de ficar sem Constituição, o que seria bom, mas também sem Europa e sem União, o que seria péssimo.»
In António Barreto, «Uma Constituição Inútil», Público

«Não me preocupa muito a sorte do nome de Deus e da referência explícita ao cristianismo no futuro texto da Constituição Europeia. O nome de Deus na Constituição dos EUA e no dólar não impediu o Presidente Bush de mentir - com toda a impunidade - sobre os fundamentos para destruir e ocupar o Iraque.»
In Frei Bento Domingues, «Uma Constituição em Nome de Deus?», Público

SBL
CONVITE PARA UMA CHÁVENA DE CHÁ DE JASMIM

Entre, dispa a
tristeza, aqui
pode nada dizer

Poemas, de Reiner Kunze
(Tradução do alemão de Luz Videira, Paisagem Editora, 1984)

Reiner Kunze nasceu em Oelsnitz em 1933. Filho de um mineiro, estudou na Universidade de Leipzig, da qual foi mais tarde assistente. Aderiu ao Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED), mas acabou por se distanciar do regime da antiga RDA. A dissidência originou a sua expulsão da universidade onde passou a ser considerado um «caso patológico». Mudou-se então para Greiz, na Turíngia. Publicado na Alemanha Ocidental e censurado no lado Oriental, em 1977 acabaria por fixar-se na RFA. RRP/SBL
Fotograma de Jean Seberg em A Bout de Souffle de Jean-Luc Godard


RBL

sábado, junho 21, 2003

A ESCOLHA DILEMÁTICA
Muitas vezes vejo elogios à «direita que pensa». Pergunto: e «a esquerda que pensa», por onde é que ela anda? Já agora, acrescento que o elogio, esse sim, é comentar que «alguém que pensa». SBL
451 FAHRENHEIT
Está demasiado calor. E a mim não me apetece sair para ir comprar o Diário de Notícias. Alguém quer dar-se ao trabalho de pô-lo online? Seria verdadeiro serviço público. SBL

PS: Para quem não identificou, a imagem do post anterior corresponde a um frame de North by Northwest, de Hitchcock.




RBL

sexta-feira, junho 20, 2003

To blog or not to blog

Segundo nos anuncia o blog de esquerda, o grande educador Pedro Rolo Duarte reserva-nos, no DNA de amanhã, um esclarecedor texto, ou melhor, um esclarecedor "manifesto anti-blogue". Mais uma vez se revela que a blogosfera gera cada vez maior impacto no diminuto universo da opinião portuguesa. De notar, assim, que nem uma alminha tão "culta" (ou curta?), um editor-condutor da imensa minoria (ok, calma aí com as piadinhas aos defensores da ignorância arrogante) se levanta contra a infâmia bloguista ("para a web, e em força"). Um esclarecimento, meu caro PRD, a blogosfera nunca será uma ameaça para uma grande instituição como é o DNA, e muito menos para um membro da Alta-Cultura como v.exa.

Posto-escripto: PRD, onde é que eu já ouvi esta sigla? Por vezes a memória da política portuguesa torna-se-me um pouco turva...RRP

quarta-feira, junho 18, 2003

Noticias do Sul (a partir da Agência da Biblioteca)

É oficial - o Governo de Sua Majestade e a Associação de Espoliados das Falkland (maioritariamente composta por carneiros e pinguins) chegaram a acordo sobre a indemnização devida aos ditos espoliados pelos danos morais causados pela Guerra das Malvinas. O pacote compensatório inclui, entre outros, um carregamento mensal dos Anais Nobiliárquicos da Commonwealth e/ou camisolas do Real Madrid assinadas por David Beckham. Mais a norte, no Brasil, correm rumores que Fátima Felgueiras terá chegado a acordo com Paulo Coelho para que este escreva o ABC de D. Fatinha, podendo o prefácio vir a ser assinado por Francisco (de) Assis.RRP

terça-feira, junho 17, 2003

Aqui estamos nós... Acabadinhos de chegar a um blog com nome de matemática antiga (que o post anterior ilumine os nossos leitores). Não temos linha editorial nem queremos ter (o que, em plena discussão sobre as ditas, talvez não seja muito aconselhável...). Não somos alinhados. Nem desalinhados. Não somos de esquerda nem de direita (ou melhor, as nossas preferências políticas ainda não são para aqui chamadas). Não chegamos para reflectir nem genuflectir... Resumindo, nem sim, nem sopas, antes pelo contrário. Aguardem-nos. RRP
PORQUE É QUE NOS CHAMAMOS HIPATIA?
Hypatia of Alexandria [370?, Alexandria - 415?, Alexandria] was the first woman to make a substantial contribution to the development of mathematics.
Hypatia was the daughter of the mathematician and philosopher Theon of Alexandria and it is fairly certain that she studied mathematics under the guidance and instruction of her father. It is rather remarkable that Hypatia became head of the Platonist school at Alexandria in about 400 AD. There she lectured on mathematics and philosophy, in particular teaching the philosophy of Neoplatonism. Hypatia based her teachings on those of Plotinus, the founder of Neoplatonism, and Iamblichus who was a developer of Neoplatonism around 300 AD.
Plotinus taught that there is an ultimate reality which is beyond the reach of thought or language. The object of life was to aim at this ultimate reality which could never be precisely described. Plotinus stressed that people did not have the mental capacity to fully understand both the ultimate reality itself or the consequences of its existence. Iamblichus distinguished further levels of reality in a hierarchy of levels beneath the ultimate reality. There was a level of reality corresponding to every distinct thought of which the human mind was capable. Hypatia taught these philosophical ideas with a greater scientific emphasis than earlier followers of Neoplatonism. She is described by all commentators as a charismatic teacher.
Hypatia came to symbolise learning and science which the early Christians identified with paganism. However, among the pupils who she taught in Alexandria there were many prominent Christians. One of the most famous is Synesius of Cyrene who was later to become the Bishop of Ptolemais. Many of the letters that Synesius wrote to Hypatia have been preserved and we see someone who was filled with admiration and reverence for Hypatia's learning and scientific abilities.
In 412 Cyril (later St Cyril) became patriarch of Alexandria. However the Roman prefect of Alexandria was Orestes and Cyril and Orestes became bitter political rivals as church and state fought for control. Hypatia was a friend of Orestes and this, together with prejudice against her philosophical views which were seen by Christians to be pagan, led to Hypatia becoming the focal point of riots between Christians and non-Christians.
A few years later, according to one report, Hypatia was brutally murdered by the Nitrian monks who were a fanatical sect of Christians who were supporters of Cyril. According to another account (by Socrates Scholasticus) she was killed by an Alexandrian mob under the leadership of the reader Peter. What certainly seems indisputable is that she was murdered by Christians who felt threatened by her scholarship, learning, and depth of scientific knowledge.
Whatever the precise motivation for the murder, the departure soon afterward of many scholars marked the beginning of the decline of Alexandria as a major centre of ancient learning.
There is no evidence that Hypatia undertook original mathematical research. However she assisted her father Theon of Alexandria in writing his eleven part commentary on Ptolemy's Almagest. It is also thought that she also assisted her father in producing a new version of Euclid's Elements which has become the basis for all later editions of Euclid.
In addition to the joint work with her father, we are informed by Suidas that Hypatia wrote commentaries on Diophantus's Arithmetica, on Apollonius's Conics and on Ptolemy's astronomical works. The passage in Suidas is far from clear and most historians doubt that Hypatia wrote any commentaries on Ptolemy other than the works which she composed jointly with her father.
All Hypatia's work is lost except for its titles and some references to it. However no purely philosophical work is known, only work in mathematics and astronomy.
As mentioned above, some letters of Synesius to Hypatia exist. These ask her advice on the construction of an astrolabe and a hydroscope.
In Encyclopedia Britannica, by J J O'Connor and E F Robertson