O MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS
Há uns tempos, Eduardo Prado Coelho escreveu no Público sobre uma revista de nome
Magazine Artes. Dizia EPC que a mesma vinha preencher o vazio existente ao nível da crítica de artes em Portugal.
Fantástico! Deve ser uma maravilha, pensei eu (e pelo menos mais uns quantos). O nome era fraco, mas mesmo assim acreditei.
Procurei o tal magazine. Foi fácil. Muito fácil. Fácil demais, para algo de qualidade. Afinal vendia-se em todo o lado... ao lado das revistas coloridas.
Mesmo assim... continuei a acreditar. Abri a revista. O aspecto era medonho. A capa parecia a Bravo (+Adulta) que dantes se vendia (ainda vende?).
Continuei, muito a medo, mas sempre em frente. Sim, eu sei, o que interessa é o conteúdo... mas também esse...
Aliás se o objectivo era marcar a diferença e a qualidade... o projecto encalhou logo na escolha editorial. Convencido, voltei para trás. Ainda não era desta...
A sorte de uns (ou o azar de outros) é que existem sempre alguns mais atentos.
Afinal sempre existia outra coisa, essa sim de qualidade e sobre a
qualidade:
Pangloss. Sinceramente caro EPC,
Magazine Artes não lembra nem ao diabo...
A
Pangloss é, e de acordo com o seu sentido etimológico, a
separação do ouro, do que tem brilho. Esta sim, é uma escolha editorial acertada para um publicação de referência.
O número #2, aquele que aqui apresentamos, é sobre fotografia e pouco mais (
just that - Thomas Ruff, Arthur Omar, ...) e não sobre um todas as estreias e artistas de caca que povoam o nosso panorama artístico. O resto aparece no
megafone, nas
exposições e nos
livros.
Dirigida por Delfim Sardo, a
Pangloss é :bons textos, boas fotografias, bonitos alfabetos, bom papel, formato diferente...e em apenas duas cores... parece simples, mas a distância é irrecuperável.
Entretanto, desviado para um CCB sem dinheiro, fica por saber se Delfim Sardo continua com o projecto, sob pena de ficarmos entregues ao famoso
Magazine Artes.
Consciente de já ter despertado o interesse pela Pangloss termino o meu post, com a certeza porém de que o mesmo não terá a visibilidade de outros.
Não me importo. Tenho um exemplar da
Pangloss. Fico contente assim.
O Melhor dos Mundos Possíveis é difícil de encontrar e são apenas 3.500 exemplares (3 euros), mas também não tem na capa o famoso David Fonseca.
PS: Numa
causa, que se aproxima rapidamente da blogosfera, espera-se a resposta. Pode ser que o
Público nos diga alguma coisa (entretanto).
RBL